Existem inúmeros erros na comunicação para mandato. Mas dois deles se destacam quando somos chamados a prestar uma avaliação ou consultoria política, até mesmo pelo fato de influenciarem os demais. São eles a falta de estratégia e a ideia de querer aplicar o modelo do marketing digital de empresa ou comércio na gestão do político.

Antes de mais nada, para construir uma comunicação para o seu mandato é preciso entender as características do seu trabalho parlamentar, quais os seus objetivos, quem é o seu público atual, como foi a sua eleição em distribuição de votos pela cidade ou estado, como está a sua imagem ou presença nos mais diversos canais digitais etc. A partir disso, é preciso elaborar a estratégia que vai nortear ou pelo menos principiar o seu trabalho. O mais comum, no entanto, é que o político ou sua equipe entendam a comunicação como um amontoado aleatório de postagens em redes sociais. É a famosa frase “tem que postar no Face”.

A estratégia é a base que vai assentar toda a comunicação do seu mandato, direcionar ações, corrigir rumos, estabelecer quais redes sociais você se fará presente e como vai usar cada uma, construir uma boa rede de captação de contatos, segmentar públicos, efetuar prestação de contas de forma eficiente e estar preparado para gestão de crises ou combate de boatos e fake news.

Lembre-se: não se faz comunicação de mandato sem estratégia!

Marketing Digital X Marketing Político

É fato que existem poucos profissionais da área de comunicação que dominem o tripé: entender de comunicação, marketing digital e política. Mesmo assim, eles existem e estão no mercado. Contudo, o mais comum que vemos são políticos com uma comunicação inteira construída em cima dos mesmos moldes aplicados para uma empresa ou um comércio. É o famoso marketing digital que todo mundo oferece por direct, normalmente baseado em pacotes de artes para redes sociais.

A comunicação eficiente de um mandato precisa de marketing político, que vai sim se utilizar das técnicas do marketing digital, mas sabendo como aplicá-las e adaptá-las à política. Parece simples quando você lê isso, mas na prática a ampla maioria segue cometendo os mesmos erros.

Saiba mais: Comunicação para mandato: por que investir?

Nesse caso, você precisa entender que a comunicação de um político é permeada por uma linha tênue que separa o eficaz do ridículo, o público-alvo real daquele imaginado em tiradas para viralizar, a prestação de contas séria equilibrada com o entretenimento que as redes sociais exigem do amontoado de fotos e artes que pouco interessam ou comunicam. Acompanhando a tudo isso está o público, ou o eleitor, sempre pronto para julgar o seu menor deslize.

Uma frase que sempre usamos: política é coisa séria e precisa ser feita por quem entende!

Concluindo…

Sabemos que políticos têm pressa em comunicar tudo que estão fazendo e esperam receber em troca muitas curtidas e números de seguidores. Mas antes de dar qualquer passo, estude e elabore uma estratégia clara, que deve ser entendida e seguida por toda a equipe. Isso inclui, logicamente, o próprio político e, em alguns casos de interferências, sua família. Quando temos todo um diagnóstico no papel, com detalhes, objetivos, públicos e metas, fica muito mais fácil dar os primeiros ou os próximos passos para se comunicar de forma eficiente com os eleitores.

Jefferson Rodrigues

Jefferson Rodrigues

Co-founder Agência Ethos. Jornalista, estrategista político e consultor em marketing político. Atuou na editoria de política do jornal O Tempo e na assessoria de imprensa da Prefeitura de Juiz de Fora. Em eleições, tem no currículo a estratégia e a coordenação geral de campanhas de prefeitos, vereadores e deputados em MG, SP, RJ e BA; além de ter atuado em equipes de campanhas para governo e senado em Minas Gerais.

Leave a Reply