É extremamente comum as pessoas aderirem a uma novidade assim que ela surge nas redes sociais. Estimulados pelos influenciadores, usuários comuns e marcas logo adequam seu jeito de se comunicar à nova ferramenta. Um bom exemplo disso é o Reels, formato de vídeos curtos lançado pelo Instagram. E a pergunta que fazemos logo no início desse texto é: Reels e política combinam?
O head do Instagram, Adam Mosseri, publicou um texto, em junho de 2021, explicando como essa rede social e seus algoritmos realmente funcionam. Entre os itens listados por Adam, o que se destaca para quem é político ou trabalha com marketing político, é sobre o Reels.
E, infelizmente, não foi um destaque positivo:
“No Reels, priorizamos o que você achará divertido. Realizamos pesquisas e perguntamos às pessoas se elas acham que determinado vídeo do Reels é engraçado ou interessante. Com o feedback que recebemos, procuramos desenvolver estratégias melhores para descobrir o que é divertido para elas, principalmente em relação a criadores de conteúdo pouco conhecidos. (…) As Diretrizes de Recomendações do Explorar também valem para o Reels. Porém, há outros motivos pelos quais evitamos recomendar vídeos do Reels, como baixa resolução ou marca d’água e foco em temas políticos. Além disso, evitamos recomendar vídeos criados por figuras políticas, partidos ou representantes do governo ou criados por terceiros em nome deles”.
Além dessa pesquisa, o Instagram também mede o nível de engajamento em postagens para recomendar conteúdos. Isso é importante porque grande parte do que é exibido no Reels são de contas que o usuário não segue.
Dessa forma, podemos entender que o objetivo do Instagram com o Reels é competir diretamente com o Tik Tok, rede social que está dominando a “geração z” com vídeos curtos e dinâmicos, muitas vezes envolvendo coreografia de danças e conteúdos de humor.
E onde a política entra nisso?
Como você viu, Adam foi bem específico em dizer que o Reels, por priorizar o divertimento, não foi feito para conteúdos de política e que o Instagram evita recomendar vídeos com essa temática.
Mas isso não quer dizer que devemos abolir o Reels da comunicação de um político. Apenas deixa claro que discursos na tribuna, agenda parlamentar ou temas densos não cabem nesse formato.
Se o Reels foi feito para entreter, um político precisa gerar conteúdo que abuse do storytelling, envolva os seguidores, gere curiosidade.
Confira dois exemplos de uso criativo e adequado da ferramenta:
Perceberam a adequação do discurso e estilo dos parlamentares ao formato do Reels?
Em resumo, para um conteúdo político render no Reels é preciso criatividade e capacidade de se adaptar à linguagem dessa ferramenta!
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