Conteúdo para redes sociais de políticos precisa ser elaborado a partir da estratégia determinada para aquele mandato. É preciso ter em mente que rede social não é assessoria de imprensa, afinal cada rede possui uma característica própria, o que influencia no jeito como o conteúdo vai ser abordado.

É muito comum que a comunicação tanto de políticos em mandato quanto de poderes Executivo ou Legislativo opte pelo caminho “mais cômodo” de replicar nas redes sociais os textos de release, com alto teor e linguagem de jornalismo. Isso afasta o público!

Rede social é entretenimento e exige uma linguagem própria!

Textos muito regrados, com palavreado formal demais e aquele estilo assessoria de imprensa de relatar fatos não funcionam em nenhuma rede social. Podem conferir os perfis que seguem esse padrão de trabalho para observar como o engajamento é baixo.

Entendendo a dinâmica das redes sociais

A primeira questão que precisa ser definida é a estratégia que aquele mandato ou comunicação de governo vai ter. Quais são os objetivos, públicos-alvo, pontos fortes a serem explorados, bandeiras e temas defendidos, entre outros.

Lembre-se: não há comunicação política eficiente sem estratégia!

Batido o martelo quanto à estratégia, o segundo passo é que a equipe de comunicação precisa ter bem assimilado que cada rede social tem uma linguagem e um estilo próprios. Até mesmo o perfil de público varia de uma para outra.

Isso significa que um mesmo conteúdo pode ser apresentado de diferentes formas.

O Instagram é imagético. Fotos funcionam e os textos precisam ser mais curtos e objetivos. O Facebook comporta melhor os grandes textos, links para seu site e costuma ser uma rede em que os seguidores comentam mais. Já o Twitter tem seus caracteres-limite e é muito melhor para se trabalhar opiniões rápidas, factuais.

A produção do conteúdo, portanto, precisa “entender” essas características para que as postagens sejam pensadas de acordo.

A linguagem das redes dá o tom

Políticos têm mania de querer falar difícil. E muitas vezes defendem que as postagens nas redes sociais sejam rebuscadas, quase num tom de discurso em coreto de praça.

Isso não funciona!

A rede social de um político precisa seguir o estilo das redes sociais.

Ou seja, a linguagem é mais informal, objetiva, dialoga com todos os tipos de público e lança mão dos recursos que qualquer pessoa usa numa rede social: hashtags, emojis, gírias locais e, às vezes, até memes.

Leia mais: como usar memes em comunicação política?

É importante destacar que quando falamos sobre assumir esse tom mais informal é justamente para criar uma comunicação mais acessível ao público em geral que utilizar as redes sociais para lazer.

Mas atenção! Não devemos confundir linguagem informal com fazer brincadeiras o tempo todo.

Política é um assunto sério e deve ser tratado como tal. A informalidade está no jeito como você comunica um tema complexo para que ele seja fácil e rapidamente entendido pelas pessoas que estão lendo.

Somos nós que devemos adequar nosso conteúdo para o local onde estamos comunicando, não o contrário.

Por isso, quando estiver trabalhando com conteúdo para política, nunca se esqueça de que rede social não é assessoria de imprensa. O público que você vai atingir nas redes precisa de uma comunicação totalmente diferente com linguagem e estilo próprios.


Imagem de capa: créditos by Vecteezy.com

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