O maior erro de uma pré-campanha eleitoral é justamente não fazer nada em termos estratégicos no período determinado para essa pré-campanha. Em outras palavras, é “deixar para depois” ou esperar se aproximar mais do meio do ano em que a eleição vai ocorrer.

A pré-campanha é uma oportunidade colocada pela Justiça Eleitoral para que aspirantes a cargos públicos, que nunca disputaram uma eleição, possam construir minimamente sua reputação e ter mais igualdade na disputa com políticos veteranos em franca campanha de reeleição. Se você desperdiça esse tempo, dificilmente vai conseguir se projetar apenas nos 45 dias de campanha.

Não existe fórmula mágica de sucesso para uma candidatura eleitoral. É um trabalho de construção ou reforço de imagem, de ideias, de propostas, de valores… É gerar empatia e conexão com as pessoas a ponto de, lá na frente, elas acreditarem que você merece a confiança do voto. E esse trabalho começa na pré-campanha, aliás, ela existe para isso.

Leia também: O que pode ser feito na pré-campanha eleitoral?

Como trabalhar uma pré-campanha eleitoral

Uma pré-campanha eleitoral bem feita garante que a sua campanha tenha mais tranquilidade e sua estratégia seja melhor aplicada. Para isso, é importante entender que pré-campanha não significa sair postando coisas de forma aleatória nas redes sociais. Ou pior, criar perfis em todas as redes possíveis sem ter certeza de onde, de fato, está o seu público-alvo.

Então, uma pré-campanha é o período, inicialmente, em que você, seu estrategista e sua equipe se dedicam a coletar dados, identificar públicos, fazer análise de cenários ou pesquisas e, a partir disso, traçar um planejamento estratégico. Uma linha de raciocínio. É esse fio condutor que vai determinar, por exemplo, quais redes sociais você precisa estar presente e quais conteúdos precisam ser produzidos e trabalhados nessas redes.

Na pré-campanha você precisa, também, ter a estratégia certa para construir seu banco de contatos. Sim, isso mesmo. Ou você realmente acha que dá pra fazer isso somente nos 45 dias de campanha?

Coletar números de WhatsApp ou construir um mailing é trabalho da pré-campanha. É assim que você vai montando a base com a qual vai compartilhar seus temas, ideias e, lá na campanha, as propostas.

Além disso, na pré-campanha você produz conteúdos que possam chamar a atenção para a sua figura. Nela, destacamos quem você é, qual a sua história de vida e quais as suas ideias para os temas que você pretende defender. Não estamos falando, e nem devemos falar, de eleição ou de política. Falamos de pessoas, problemas, ideias. É uma troca entre você e o público, em construção, de seus perfis.

Quem tem mandato faz pré-campanha eleitoral?

Claro. A pré-campanha para quem vai buscar uma reeleição é uma ótima oportunidade para um retrospecto do mandato. Reforçar o trabalho feito, prestar contas e mostrar para as pessoas que você é merecer do voto dado.

Permite, também, que você busque ampliar seus públicos ou sua base eleitoral. Uma pré-campanha é o período em que você e sua equipe podem pesquisar sua votação anterior, identificar cidades ou sessões eleitorais estratégicas e ver onde precisa ou pode melhorar o desempenho.

E tudo que falei anteriormente sobre construção de base de contatos, vale para você que tem mandato. Contato direito com o eleitor é a melhor forma de garantir uma comunicação eficaz. Para isso, você precisa manter um trabalho constante de captação e que pode ser reforçado nesse período que antecipa uma eleição.

Leia também: A importância da estratégia na comunicação política

O maior erro de uma pré-campanha eleitoral

Acho que deu pra entender que pré-campanha é uma etapa importante do processo eleitoral, certo?

Então, abandone a confiança excessiva de que tudo vai dar certo lá na frente e movimente-se desde janeiro do ano eleitoral para que você tenha uma pré-campanha efetiva.

Ela pode ser usada até para angariar apoio financeiro a partir das campanhas de arrecadação permitidas pelo TSE. Ou seja, se você não tem recursos, monte uma estratégia para arrecadar. Dá certo!

O maior erro que você pode cometer na pré-campanha é ignorá-la ou adiá-la. Acredite, isso coloca em risco o sucesso da sua campanha e talvez pode custar uma eleição. Quanto mais tempo você deixa passar, mais em desvantagem você fica.

Jefferson Rodrigues

Jefferson Rodrigues

Co-founder Agência Ethos. Jornalista, estrategista político e consultor em marketing político. Atuou na editoria de política do jornal O Tempo e na assessoria de imprensa da Prefeitura de Juiz de Fora. Em eleições, tem no currículo a estratégia e a coordenação geral de campanhas de prefeitos, vereadores e deputados em MG, SP, RJ e BA; além de ter atuado em equipes de campanhas para governo e senado em Minas Gerais.

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