A comunicação de uma câmara de vereadores precisa tanto de planejamento estratégico quanto o trabalho individual feito pelos mandatos parlamentares. Curiosamente, a imensa maioria dos legislativos ainda resiste a “entrar no século XXI” e mantém uma comunicação burocrática, desinteressante e focada totalmente na assessoria de imprensa. Neste texto trazemos um pouco sobre comunicação para câmara de vereadores, nos concentrando especialmente em como o digital pode fornecer alternativas para aproximar a instituição da população. Vamos lá?

Introdução: objetivos da comunicação governamental

Uma comunicação para governos, seja Executivo ou Legislativo, precisa primordialmente se assentar em duas bases: informar e promover uma aproximação da gestão com os cidadãos.

Ela é ampla e abrange diversas frentes, não ficando restrita somente à publicação de notícias. Pelo contrário, um bom projeto de comunicação direciona o fluxo informativo das secretarias e departamentos, organiza campanhas educativas e busca a todo momento facilitar a vida das pessoas que precisam do serviço público, entre outros.

Através da comunicação governamental é possível melhorar a imagem institucional, fazer gestão de crise ou reduzir custos e despesas. Tudo vai depender do cenário encontrado e de quais os objetivos da administração a curto, médio e longo prazo (levamos em consideração aqui que normalmente uma equipe de comunicação permanece pelo tempo de duração de um mandato – quatro anos).

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Ferramentas digitais: saindo da zona de conforto

Se fizermos uma análise cuidadosa das milhares de câmaras de vereadores espalhadas pelo Brasil, vamos encontrar um uso pra lá de burocrático no trabalho digital. Principalmente em pequenas e médias cidades.

O mais comum é que a comunicação nas redes sociais reproduza releases ou mini-textos de caráter informativo, com links para o site oficial. Tudo se limita à agenda do legislativo com divulgação de projetos em andamento, votações e sessões. E só. Não se pensa fora da caixinha, nem se leva em consideração a característica de cada canal de comunicação (ou rede social) na produção dos conteúdos. É trabalho padrão na moda anos 2000.

O resultado é que não há engajamento ou, no pior dos casos, os moradores quase ignoram a existência dos perfis do legislativo nas redes sociais. Porque a comunicação é chata!

Portanto, para se obter uma comunicação eficaz em uma câmara de vereadores os profissionais precisam sair da zona de conforto e buscar alternativas para produção do conteúdo de forma a se comunicar de verdade.

Exemplificando…

Ao invés de simplesmente listar projetos de lei aprovados, com o nome do autor, por que não explicar para as pessoas em que aquele projeto beneficia, melhora ou altera a rotina da cidade?

Outra possibilidade é lançar mão de enquetes no Facebook sobre projetos em votação ou formulários para captar a opinião das pessoas sobre temas diversos.

Landing pages temáticas também são uma excelente opção para comunicar serviços ou agilizar trâmites.

Por fim, o uso do WhatsApp como canal de distribuição de conteúdo, através de listas de transmissão, poderia aproximar demais o cidadão da rotina da Câmara.

Exemplo de chamada à participação das pessoas com link direcionando para landing page e vídeo temático explicativo

Exemplo de texto de postagem com storytelling contextualizando o projeto votado

As imagens acima ilustram bem algumas possibilidades em que as redes sociais e canais de comunicação do legislativo foram utilizadas de forma correta para realmente se conectar com as pessoas.

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Pensando além do burocrático

O primeiro passo no planejamento de uma comunicação para Câmara de Vereadores é estabelecer um plano estratégico com objetivos e metas bem definidos.

Identificar o arquétipo cultural da cidade e realizar pesquisas para entender o que o cidadão desejaria encontrar nos canais do legislativo também é muito importante.

Feito isso, a equipe precisa abrir mão do tom burocrático, chato e de linguagem rebuscada que normalmente caracterizam as redes sociais de Câmaras de Vereadores. Mas atenção, isso não significa fazer piadinhas ou lotar as páginas de memes. O que queremos dizer é que jargões, termos técnicos demais ou linguagem de release/jornalística não cabem num Facebook ou Instagram, por exemplo.

Pense sempre que é preciso fazer com que os conteúdos chamem a atenção das pessoas, façam com que elas queiram ler, assistir ou saber mais. Torne o trabalho dos servidores públicos e vereadores acessível. Mostre como aquilo impacta, muda ou melhora o dia a dia da cidade e dos munícipes.

Para isso, todos os recursos, se bem usados, são válidos. Desde stories, web-séries temáticas, enquetes, uso de personagens para explicar situações até links e canais de informação de fácil acesso.

Tenha sempre em mente o cidadão, aquela pessoa comum que circula todos os dias pela cidade a trabalho e que utiliza redes sociais para se informar e entreter. É com ele que você precisa falar. E é por ele que você precisa ser entendido.

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Comunicação para Câmara de Vereadores

Esse texto não esgota o assunto, pelo contrário, nossa intenção é fazer refletir sobre como as câmaras de vereadores têm desperdiçado ótimas possibilidades de se conectar com as pessoas.

É uma tarefa desafiadora e que exige que os profissionais trabalhem mais do que normalmente estão acostumados. Porque substitui aquela rotina de produção em série pela necessidade de pensar estrategicamente e produzir conteúdo.

O importante nisso tudo é que os resultados aparecem e as pessoas vão passar a entender e valorizar mais o trabalho não só de vereadores, mas dos servidores em geral.

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Se quiser saber mais sobre as possibilidades de comunicação para Câmara de Vereadores ou contratar uma consultoria para treinamento de equipe ou elaboração de plano estratégico, fale com a gente, sem compromisso, pelo WhatsApp: http://bit.ly/whatsethos

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Os exemplos utilizados neste texto, da Câmara de Curitiba, são ilustrativos de práticas que consideramos eficientes em um trabalho de comunicação governamental. Não é portfólio nem significa tratar-se de cliente nosso.

Jefferson Rodrigues

Jefferson Rodrigues

Co-founder Agência Ethos. Jornalista, estrategista político e consultor em marketing político. Atuou na editoria de política do jornal O Tempo e na assessoria de imprensa da Prefeitura de Juiz de Fora. Em eleições, tem no currículo a estratégia e a coordenação geral de campanhas de prefeitos, vereadores e deputados em MG, SP, RJ e BA; além de ter atuado em equipes de campanhas para governo e senado em Minas Gerais.

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